Queridos leitores, venho-lhes apresentar um novo texto que sei, alguém se identificará com ele,mas, saiba que é uma obra de ficção, sintam-se à vontade para tirar suas próprias conclusões. Qualquer semelhança é mera coincidência!...
Nosso
relacionamento sempre foi bom, transparente, éramos cúmplices, ... Se você me
perguntar o que aconteceu, ou o que foi acontecendo aos poucos, eu não sei te
responder, pois, até onde me lembro estava tudo muito bem...! Ora, nós tínhamos
acabado de fazer uma linda viagem, só nós dois, à Fernando de Noronha!!! Ele
estava tão carinhoso, tão fofo comigo, durante o final de semana que passamos
lá ele me trazia café da manhã na cama, me acordava com beijinhos, falava o
tempo todo o quanto era bom estar ali comigo...
Chegou
o dia de virmos embora, pronto, tudo mudou!
Daí
eu já não era mais tão importante... passou a ficar distante, me evitava, me
respondia com evasivas, monossílabos... Já não parava mais pra me ouvir, me
ver... Fui ao salão fazer depilação, pintar e cortar o cabelo, coisas que ele
sempre notava e me elogiava com aquelas coisas que nós, mulheres, amamos ouvir,
e nada! Ele sequer notou... Telefonemas estranhos, cochichos, silêncios,
respostas evasivas, passividade...
Paixão!
Era isso! Uma nova paixão estava surgindo entre nós, no nosso meio, para nos
dividir, nos separar, acabar com a minha paz, com a minha vida. Sim, depois de
tanto tempo descobri que estava sendo traída...
Logo
que descobri que estava sendo trocada por uma mulher mais nova, mais dinâmica, atraente,
magra, bonita, tive, a princípio, vontade de morrer... Depois
achei que ele deveria ter suas razões pra tamanha covardia!
Em
seguida tive vontade de entender o que tinha feito pra merecer aquilo... Meu
deus, pensei, o que esse homem deve ter sofrido em minhas mãos, a ponto de
trocar um relacionamento de 15 anos por outro... Senti-me culpada porque cresci
aprendendo que em toda separação nunca um só dos dois é culpado, então eu tinha
que encontrar a minha culpa! Sabe-se lá se eu estava me preparando pra ser
apontada como culpada por alguém, então, trataria logo de planejar a resposta,
tinha que achar minha culpa... e a minha defesa, porque nessa hora a gente se
sente sozinha... Será que eu tinha sido muito relapsa? pegajosa? mandona? ciumenta?
A minha
vida, meu deus, tão boa, tão certinha, acabara sem deixar vestígios, só muita
dor, muita mágoa, muita revolta!
Por que
as pessoas pensam só em si? Por que o outro é sempre pior que eu? E nessa
comiseração irremediável eu vivi por muito tempo...
Resolvi,
então, acender uma lanterna lá no fundo do poço onde estava... e vi a saída: Era
me amar sem esperar pelo amor de ninguém, sem arraigar a minha felicidade a
outra, e a qualquer outra pessoa...
Resolvi
superar, sim, você tem que decidir superar... você se acha fraca? Pois saiba
que não é! Você se sente culpada? E daí? Todo mundo é culpado ou inocente, até
que se prove o contrário! Qual o problema de ter uma parcela de culpa? Qual o
problema de você descobrir que é apenas, e tão somente um ser humano e, como
tal errar, pecar, falhar...? Foi assim que fiz, recomecei a minha vida, reinventei
a minha história, reorganizei as minhas prioridades e descobri que embora o
tempo que investi no meu relacionamento tenha sido muito bom, hoje a minha vida
é melhor, porque aprendi que quando me amo tudo ao redor fica mais leve, menos
sofrido, e consigo até ver com mais clareza o amor e o cuidado de Deus comigo!
O
que foi feito dele? Não sei informar, mas, por ser HUMANA, não vou negar que
ficaria de peito lavado se ele passasse pelo que me fez passar, mas isso é outra
história!